Em um dia como este, um homem armado entrou em uma sala de aula em Montreal, no Canadá, ordenou que os cerca de 50 homens se retirassem e assassinou as 14 mulheres que estavam no local, ferindo outras pessoas, em seguida, e suicidando-se. O “massacre de Montreal”, ocorrido em 6 de dezembro de 1989, foi um crime de ódio que chocou o mundo. Infelizmente, não foi o primeiro e nem o último, mas transformou-se em um símbolo do engajamento de homens pelo fim da violência contra mulheres. Muitos desses homens são integrantes do Ministério Público da Paraíba, instituição que luta em defesa da vida e contra qualquer forma de discriminação entre pessoas. Alguns deles, engajaram-se na campanha do Laço Branco, posicionando-se contra o machismo e o ódio às mulheres.
A iniciativa de reunir depoimentos de homens nas redes digitais do MPPB é do Núcleo de Gênero, Diversidade de Igualdade Racial (Gedir), órgão ministerial que se engajou na mobilização “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra meninas e mulheres”, iniciada no último dia 25, que engloba algumas datas importantes, como o dia 6 (Laço Branco) e 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. “É muito importante que os homens repudiem a violência e contribuam com ações antimachistas para mudar os seus entornos. Essa conscientização é parte de um trabalho de prevenção à violência, para que outros massacres não ocorram e para que nenhuma mulher seja alvo de qualquer forma de agressão. Como estamos dizendo na nossa campanha: ‘Essa luta é de toda a sociedade’”, ressaltou a coordenadora do Gedir, Liana Carvalho.
Depoimentos
Em três postagens publicadas nas redes digitais do MPPB, 21 integrantes da instituição, entre promotores e procuradores de Justiça e servidores, falam sobre a importância do engajamento dos homens contra o fim da violência, considerando que eles são os homens os principais agressores das mulheres e que para exterminar o machismo é preciso que eles mudem suas mentalidades e aceitem que as mulheres têm os mesmos direitos, as mesmas capacidades e que, por isso, precisam ter as mesmas oportunidades na sociedade, tanto na vida profissional, quanto familiar e pessoal.
“Lutamos para que todas as meninas e mulheres tenham seus direitos civis, sociais e políticos garantidos. Não se pode admitir que, ao ocuparem os espaços que lhe são devidos, sejam alvos de qualquer tipo de violência”, diz o procurador-geral de Justiça, Antônio Hortêncio Rocha Neto, chefe do Ministério Público da Paraíba.
O corregedor-geral do MPPB, Alvaro Gadelha Campos, também se posicionou em relação à luta pelo fim da violência contra mulheres: “O que nos fortalece é a unidade. Quando enxergamos a mulher como parte dissociada da nossa convivência, mostra-se perceptível a falta de crescimento interno e a sustentação de vocações. A mulher sempre desperta os sentimentos mais nobres”.
“Buscando-se minimizar as dificuldades que as mulheres enfrentam no dia a dia, torna-se necessário adotar medidas mais fortes e mais eficazes, de modo a criar mecanismos para instituir uma política mais ampla de defesa às mulheres que diariamente são desrespeitadas”, afirmou o ouvidor-geral Aristóteles de Santana Ferreira.
Para o presidente do SINDSEMP e ASMP Aloysio Carneiro Junior as mulheres têm um papel primordial nas famílias e na Sociedade e o de houver uma mulher haverá sempre resistência e luta.
Além dos três representantes da administração superior do MPPB, também participam da ação os membros do Colégio de Procuradores de Justiça: Valberto Lira, José Roseno Neto, e Alcides Jansen; além dos promotores de Justiça José Neto, João Benjamim, João Arlindo Correia, Leonardo Quintans (APMP), Alley Escorel, Marcus Leite, Ricardo Alex Lins, Octávio Paulo Neto, Rodrigo Nóbrega, Alexandre César Teixeira, Herbert Vitório e Eduardo Luiz Campos, como também os servidores Aloysio Carneiro (presidente da Associação dos Servidores (ASMP) e Jonatha Vieira, diretor administrativo do MPPB; e também o estagiário do CAO Cidadania, Mário Meira Neto.