A premiação de melhor atriz a Fernanda Torres no Globo de Ouro na noite do domingo (5) pela interpretação no filme “Ainda estou aqui” mostra ao mundo uma parte da sombria da história do Brasil: a ditadura militar. Além do irretocável trabalho da atriz.
O filme do diretor Walter Salles se baseia no livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, em que retrata o desaparecimento de seu pai, o ex-deputado Rubens Paiva, nos porões militares e a luta de sua esposa Eunice Paiva pelo reconhecimento dessa morte.
A Comissão Nacional da Verdade confirmou em seu relatório em 2014 434 mortes e desaparecimentos oficiais, sob os porões da ditadura. Desses, 210 pessoas são desparecidas.
Contudo, mais de 8 mil indígenas morreram em diversos cantos do país: 1.654 camponeses também foram mortos ou desaparecidos; assim como milhares trabalhadores foram presos, torturados, demitidos, tiveram suas vidas e de suas famílias destruídas.
No Brasil, os crimes da ditadura militar não foram punidos, diferentemente de outros países da América Latina. Os criminosos morrem na velhice ou são exaltados, como foi o perverso coronel Brilhante Ustra.
“Ainda estou aqui”, lançado aos 60 anos da ditadura militar brasileira, e com este prêmio conquistado por Fernanda Torres, nos remete a este período tortuoso no Brasil e que não queremos que se repita jamais.
Viva Fernanda Torres. Viva o cinema brasileiro.
Sem anistia aos golpistas, para que não se esqueça para que nunca mais aconteça. Ditadura nunca mais!